Resenha - O Dia Depois De Amanhã


Resenha sobre um ótimo filme que nos faz refletir sobre os cuidados que devemos ter com o meio ambiente. De maneira catastrófica, vemos neste as consequências do aquecimento global e do esfriamento global. ALERTA: Contém spoilers sobre o filme!

O DIA DEPOIS DE AMANHÃ
Título original: The Day After Tomorrow
Roteiro: Roland Emmerich / Jeffrey Nachmanoff
Direção: Roland Emmerich
Ano: 2004
Duração: 124min.

O filme trata de maneira catastrófica os efeitos do aquecimento global e do esfriamento global. Jack Hall é um climatologista que está em uma expedição na Antártida com seus colegas Frank e Jason, fazendo perfurações de amostras de gelo, quando quase morre em uma queda com o rompimento da calota em que se encontrava. Mais tarde, em Nova Délhi, Jack apresenta as suas conclusões sobre o aquecimento global em uma conferência da ONU, mas não consegue convencer os diplomatas que estavam presentes e ainda irrita o vice-presidente dos Estados Unidos, Raymond Becker. O professor Terry Rapson do Centro de Investigações, na Escócia, é o único que acredita na teoria de Jack. Este, é chamado pelo professor e juntos concluem que a Idade do Gelo a qual ele falava iria acontecer muito antes do previsto.

É mostrado em algumas partes do mundo diversas catástrofes. Enquanto isso, Sam, o filho de Jack, está em Nova York para uma competição acadêmica com seus amigos onde fazem amizade com um estudante chamado JD. No caminho para a competição enfrentam vários problemas climáticos. Sam e seus amigos se abrigam na Biblioteca Pública de Nova York, após avisar a situação para seu pai, que promete ir ao seu encontro o mais rápido possível.

O presidente pede as pessoas para evacuarem os estados do sul, fazendo com que eles corram para o México. O caos se espalha nas cidades. A caravana que o presidente estava é pega por uma tempestade e este morre, tornando Raymond Becker, o vice-presidente, o novo presidente.

Na biblioteca, Laura, que estava bastante machucada, sofre uma septicemia, devido à sua perna cortada, infectada pelas águas contaminadas que inundaram as ruas. Então, Sam, Brian e JD vão em busca de penicilina num navio de carga que estava encalhado e são atacados por lobos famintos. Os três conseguem voltar para a biblioteca com os alimentos e os medicamentos que conseguiram pegar, depois de muitas dificuldades.

Jack chega em Nova York após passar por diversos perigos ao lado de Jason, após terem vivenciado a morte de Frank. Juntos, buscavam superar os problemas que apareciam durante a viagem, onde se conheceram. Jack reencontra seu filho e seus amigos e são resgatados por helicópteros. O presidente Becker ordena buscas e equipes de resgate para procurar outros sobreviventes, depois de ver que o grupo de Sam estava vivo em meio a toda aquela neve. O filme termina com os astronautas olhando para a Terra a partir da Estação Espacial, mostrando a maior parte do hemisfério norte, coberto de gelo e neve, consequência das diversas catástrofes.

O filme traz uma mensagem bastante clara ao telespectador sobre o suposto fim do mundo através do aquecimento global. Fica evidente a necessidade de uma atenção rigorosa às atitudes tomadas pelo homem. Com isso fica para reflexão que a sociedade tem que acabar com o consumo exagerado e dependente dos combustíveis fósseis e parar com tantos desmatamentos e queimadas que contribuem para o declínio do planeta.

Por Luísa Mehlem

Sustentabilidade Ecológica


Como ter bases seguras para saber o que é e o que não é sustentável e como construir cidades mais ecológicas? O conceito de sustentabilidade é tão comentado que parece difícil apreendê-lo em profundidade. Nas discussões sobre cidades sustentáveis ele acaba por se reduzir a questões tecnológicas do tipo reciclagem de lixo, reuso de água, tetos verdes, etc. Essas práticas, embora importantes, são apenas instrumentos de sustentabilidade, mas quais os critérios para defini-la em cada campo da intricada questão urbana? Fritjof Capra, em seu incansável trabalho para difundir novos paradigmas, trouxe um conjunto de conceitos que se inspiram no próprio modo como a Natureza sustenta a vida incansavelmente.

Assim, a partir da observação e do estudo dos sistemas vivos oriundos de autores diversos (Ilya Prigogine, Humberto Maturana, Francisco Varela, Gregory Bateson, etc. ) ele chama de sustentabilidade ecológica o conjunto de práticas da Teia da Vida: os ciclos, as redes, as parcerias, a diversidade e a flexibilidade, sustentadas pela energia solar. Examinar cada uma dessas práticas é nossa tarefa a seguir, pois buscar um funcionamento das cidades o mais próximo possível de como a Natureza funciona significa ser sustentável. A própria longevidade do planeta Terra, com seus 4,56 bilhões de anos de existência e centenas de mutações dramáticas que transformaram completamente sua superfície e sua dinâmica, mostra que ela se sabe se auto sustentar. Se a espécie humana continuar a existir sem se inspirar nos processos naturais, é ela que vai se extinguir. Acesse aqui um interessante filme mostra a Terra depois de nós.

Parâmetros da sustentabilidade ecológica, para ajudar a pensar os serviços, equipamentos e modos de vida urbanos:

REDES
Em todas as escalas da natureza, encontramos sistemas vivos alojados dentro de outros sistemas vivos, de modo interdependente. Cada folha, cada célula, cada rio, cada animal é constituído de redes e se encontra dentro de redes maiores. Os limites entre esses sistemas não são limites de separação, mas limites de identidade, pois todos os sistemas vivos comunicam-se uns com os outros e partilham seus recursos, transpondo seus limites. A saúde de cada um, sua harmonia e seu desenvolvimento melhora o sistema geral, assim como esse interfere no bem estar de cada um/a.
Como organizar o abastecimento alimentar, o trânsito, a comunicação, etc. em redes?

CICLOS
Todos os organismos vivos, para permanecer vivos, têm de alimentar-se de fluxos contínuos de matéria e energia tiradas do ambiente em que vivem; e todos os organismos vivos produzem resíduos continuamente. Entretanto, um ecossistema, considerado em seu todo, não gera resíduo nenhum, pois os resíduos de uma espécie são os alimentos de outra. Assim, a matéria recicla-se continuamente dentro da teia da vida.
Como organizar o abastecimento de energia, o lixo,  os esgotos, etc. em ciclos nas cidades?

ALIANÇAS
As trocas de energia e de recursos materiais num ecossistema são sustentadas por uma cooperação generalizada. A vida não tomou conta do planeta pela violência, mas pela cooperação. Nenhum ser é capaz de viver sem o apoio de outros.
Como organizar a economia, a política, a educação, etc. através de parcerias?

DIVERSIDADE
Os ecossistemas alcançam a estabilidade e a capacidade de recuperar-se dos desequilíbrios por meio da riqueza e da complexidade de suas teias ecológicas. Quanto maior a biodiversidade de um ecossistema, maior a sua resistência e capacidade de recuperação.
Como organizar a habitação, a socialização, a paisagem etc. de modo diversificado?

FLEXIBILIDADE
Um ecossistema é uma rede em equilíbrio dinâmico, em permanente flutuação. Sua flexibilidade é uma consequência dos múltiplos elos e anéis de realimentação que mantêm o sistema sadio. Nenhuma variável chega sozinha a um valor máximo; todas as variáveis flutuam em torno do seu valor ótimo.
Como organizar a saúde, as leis urbanísticas, o consumo etc. com flexibilidade?

ENERGIA SOLAR
É a energia solar, transformada em energia química pela fotossíntese das plantas verdes, que move todos os ciclos ecológicos.
Como utilizar melhor essa imensa força de vida no dia a dia das cidades?

Postagem cedida pela professora Débora Nunes de seu BLOG no Cirandas.

Dia da Terra


Hoje, 22 de Abril, é o dia internacional da Mãe Terra...

Para aqueles que não sabiam ou não lembravam, o Google fez questão de lembrar com seu novo Doodle em sua página inicial, CLIQUE AQUI para visualizar e responder ao questionário Que Bicho Você É, Risos. 

Este dia foi instituído pelo senador Gaylord Nelson em 1970 para a consciência acerca dos problemas ambientais planetários, e culminou dois anos mais tarde na primeira reunião internacional sobre o meio ambiente, a Conferência de Estocolmo.

A ONU reconhece este importante dia e segundo o secretário geral Ban Ki-moon, o ano de 2015 será uma grande oportunidade para a comunidade global de transformação da história humana, através de objetivos para um futuro sustentável do planeta. Fonte: Rádio ONU.

Para comemorar o Dia da Terra, trazemos uma reflexão através de uma música muito interessante de Vanessa da Mata. A música brinca com a palavra que dá nome à letra, Absurdo, na qual o interlocutor conta quão belo, maravilhoso e absurdo ‘era’ o nosso planeta natural, antes da atuação nociva do ser humano. Absurdo é um adjetivo e significa contrário à razão, que fala ou age de maneira irracional (Dicionário Online), mas eis o complexo paradoxo do ser humano, de utilizar a razão como pretexto para o progresso, que se traduz em destruição. Que o cotidiano reflita a consciência que se tem neste famoso dia, 22 de Abril, para que todos os outros 364 também sejam dedicados à nossa querida e merecida Mãe Terra.



“Falsos bens, progresso?
Com a mãe, ingratidão
Deram o galinheiro
Pra raposa vigiar...”


Auroville



Auroville é uma cidade fundada há quase 50 anos no sul da Índia, com a proposta de ser uma cidade universal da família humana na qual “homens e mulheres de todos os países possam viver em paz e em progressiva harmonia, a despeito de suas diferentes crenças, ideologias e nacionalidades”.

IDEALIZADORES
Auroville conta hoje com cerca de 2500 habitantes, vindos de 50 países, que continuam a buscar a realização do sonho dos seus idealizadores: Sri Aurobindo e sua discípula,  Mirra Alfassa, chamada por todos de “Mãe”. Sri Aurobindo foi um filósofo e místico indiano que criou a Yoga Integral - que integra evolução individual e evolução do entorno pelo trabalho - e a noção da evolução humana em busca do estágio “supramental”, ou de integração com  o divino. A Mãe teve uma visão de construir uma cidade que favorecesse o processo evolutivo humano descrito por Sri Aurobindo e conseguiu mobilizar apoios no mundo inteiro para a realização de seu projeto. O chamado da Mãe,  apoiado pela Unesco, trouxe para a Índia jovens de vários países que começaram a construir uma cidade onde o comunitarismo, a íntima relação com a Natureza e a tecnologia aplicada deram materialidade à inspiração espiritual.

GESTÃO
A primeira tarefa dos habitantes de Auroville foi começar a restauração de uma área de cerca de dois mil hectares, completamente desertificada e tirar daí seu sustento. O trabalho árduo de construir diques e plantar mais de dois milhões de árvores deu frutos e hoje se vê uma extensa floresta em todo o perímetro rural/urbano. Enquanto moravam em cabanas e plantavam árvores, os habitantes de Auroville aprendiam a grande tarefa de viver juntos e se autogovernar. Em meio a muitas línguas, culturas, religiões e visões pessoais de mundo, partilhavam o trabalho e a luta pela sobrevivência, exatamente como as primeiras tribos humanas. A primeira grande diferença é que Auroville nunca foi isolada, mantendo laços com os países de origem de seus habitantes, com instituições de peso como a Unesco e o governo da Índia e com as comunidades do entorno. A segunda diferença é que eles tinham um projeto para si mesmos.

O PROJETO
Ao tempo em que construíam a base de seu sustento, os aurovilianos trabalhavam na construção da cidade, a partir do plano urbano do arquiteto francês Roger Anger. Esse plano, que propunha uma espiral representando a evolução humana na forma de uma galáxia, desenvolve-se em torno de um ponto, uma velha e imensa árvore Banyan e de uma construção, o Matrimandir, o templo da mãe divina. Fiel à ideia de uma espiritualidade sem religiões, no Matrimandir apenas o silêncio e raio de sol no centro de um salão circular inteiramente branco representam o caminho para o mundo espiritual. O templo levou cerca de 40 anos para ser construído, mas é uma obra prima (ver fotos), que conta ainda com 12 salas de meditação sobre os atributos da mãe divina: receptividade, progresso, coragem, bondade, generosidade, equanimidade, paz, sinceridade, humildade, gratidão, perseverança e aspiração.  O templo é frequentado hoje por milhares de visitantes que têm 20 minutos para meditar no grande salão.

DESENVOLVIMENTO DA CIDADE
As necessidades de sobrevivência e a relação íntima dos aurovilianos com a Natureza foram a base para o desenvolvimento de muitas tecnologias sustentáveis desde os anos 70: energia solar, eólica e de biomassa; agricultura orgânica e cultivo de plantas medicinais da tradição ayurvédica indiana; construções ecológicas com materiais locais de baixo uso energético; tratamento de águas servidas para reaproveitamento nos jardins e reflorestamento; reciclagem do lixo; cozinha comunitária a vapor usando o calor do sol... e tantas outras pesquisas aplicadas.  Ao mesmo tempo, a comunidade desenvolveu um sistema educacional e de saúde inovadores, respeitando os princípios fundadores, assim como foram organizados um sistema econômico de partilha e uma governança horizontal.

A CIDADE HOJE
Hoje Aurovile prepara-se para festejar seus 50 anos em 2018 e tem no turismo sua principal base econômica. Pessoas de todos os lugares, atraídas por esse imenso projeto e seus desdobramentos visitam a cidade, que ainda é, contraditoriamente, uma grande floresta. Os desafios de Auroville, de se manter fiel aos princípios do projeto de unidade humana universal e de integrar-se ao entorno rural dos vilarejos indianos; de desenvolver-se sem sucumbir à lógica capitalista que é sua principal fonte de financiamento através do turistas,  exigem uma visão não linear de mundo. A complexidade, ou não dualidade, a integração de desafios contraditórios e a conexão quântica do indivíduo com o todo, podem ser caminhos para enfrentar esses desafios.

Postagem cedida pela professora Débora Nunes de seu BLOG no Cirandas, levemente adaptada para o ECOURPS.

O Mundo Segundo a Monsanto


Além dos filmes indicados no Guia de Estudos, outro filme que vale a pena assistir para complementar o estudo é o documentário "O Mundo Segundo a Monsanto", que pode ser visto logo abaixo.

Nesse documentário, Marie-Monique mostra como a Monsanto escondeu informações e manipulou resultados para fazer com que alimentos transgênicos fossem comercializados sem que houvesse uma pesquisa sobre os efeitos desses na vida das pessoas. O documentário mostra indivíduos afetados por estes alimentos e, principalmente, por produtos químicos adicionados a eles.

Para aqueles que não conhecem, a Monsanto é uma multinacional que trabalha com biotecnologia, produzindo alimentos, pesticidas, e vários outros tipos de insumos agrícolas e está presente em dezenas de países ao redor do mundo.


FICHA TÉCNICA:

O MUNDO SEGUNDO A MONSANTO
Título original: The World According to Monsanto
Roteiro: Marie-Monique Robin
Direção: Marie-Monique Robin
Ano: 2008
Duração: 109min.


Guia De Estudos - Parte 3


Dando continuidade ao Guia de Estudos, agora segue a lista com os 5 últimos filmes:

  • Parte 1 - Lista de 5 filmes;
  • Parte 2 - Lista de 5 livros;
  • Parte 3 - Lista de 5 filmes;
  • Parte 4 - Lista de 5 livros.
Filmes:

6 - AVATAR:
     Título original: Avatar
     Roteiro: James Cameron
     Direção: James Cameron
     Ano: 2009
     Duração: 162min.

7 - TURISTA ESPACIAL:
     Título original: La Belle Verte
     Roteiro: Coline Serreau
     Direção: Coline Serreau
     Ano: 1996
     Duração: 99min.

8 - O ATIVISTA QUÂNTICO:
     Título original: The Quantum Activist
     Roteiro: Ted Golder
     Direção: Renee Slade, Ri Stewart
     Ano: 2009
     Duração: 78min.

9 - HOME, O MUNDO É A NOSSA CASA:
     Título original: Home
     Roteiro: Isabelle Delannoy, Yann Arthus-Bertrand, Denis Carot, Yen le Van
     Direção: Yann Arthus-Bertrand
     Ano: 2009
     Duração: 120min.

10 - A CORPORAÇÃO:
     Título original: The Corporation
     Roteiro: Joel Bakan, Harold Crooks, Mark Achbar
     Direção: Jennifer Abbott, Mark Achbar
     Ano: 2003
     Duração: 145min.

Em breve, a última parte do Guia de Estudos, trazendo os últimos livros.

Aguardem!

Marcos Arruda fala sobre Ecovilas


O tema Ecovilas é contemplado com mais frequência a cada dia que passa. Isso porque vivemos atualmente em uma sociedade cada vez mais imersa no capitalismo e que gera um grande desconforto para todos.

Uma ecovila é um modelo de assentamento humano sustentável. São comunidades urbanas ou rurais de pessoas que tem a intenção de integrar uma vida social harmônica a um estilo de vida sustentável. Para alcançar este objetivo, as ecovilas incluem em sua organização muitas práticas como:

  • Produção local e orgânica de alimentos;
  • Utilização de sistemas de energias renováveis;
  • Utilização de material de baixo impacto ambiental nas construções (bioconstrução ou arquitetura sustentável);
  • Criação de esquemas de apoio social e familiar;
  • Diversidade cultural e espiritual;
  • Governança circular e empoderamento mútuo, incluindo experiência com novos processos de tomada de decisão e consenso;
  • Economia solidária, cooperativismo e rede de trocas;
  • Educação transdisciplinar e holística;
  • Sistema de saúde integral e preventivo;
  • Preservação e manejo de ecossistemas locais;
  • Comunicação e ativismo global e local.

Para entendermos mais sobre o assunto, disponibilizamos uma entrevista com Marcos Arruda, que foi feita no ano passado no Dia Mundial do Meio Ambiente (05/06/2014), no programa de rádio Faixa Livre.

Vale muito a pena conferir clicando AQUI!

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